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Mostrando postagens de 2006

Política e Ética

Rogério Ferreira do Nascimento Enquanto os gregos antigos subordinavam as éticas particulares à grande ética coletiva , a Política, Ética e Política andavam de mãos dadas, pois o "bem comum" era a grande meta a ser alcançada e preservada. Com o avanço do individualismo na história ocidental esse "Bem Comum" foi progressivamente se afastando da dimensão da vida social e política. Primeiro ele foi transferido para a esfera espiritual. O pensamento cristão oficial afirmaria essa tese. O "bem comum" deixaria de estar ligado a essa vida, pois a vida eterna, era mais importante do que a terrena. Segundo, com o avanço da secularização (desacralização da vida) e afirmação de novos valores mundanos esse "bem comum" passou a ser visto como realidade possível apenas na esfera da vida particular (idéia burguesa). Seria o indivíduo o único sujeito capaz de produzir a sua felicidade. À política cabería o "tímido" papel de refrear o mal manifesto d

Humanidades pra quê, Sociologia, pra quê?

Rogério Ferreira do Nascimento Durante boa parte da História recente do Brasil, principalmente a partir da segunda metade do século XX, o ensino e o estudo daquilo que tradicionalmente tem sido chamado de 'humanidades' passaram por um longo período de enfraquecimento e hibernação. A sociologia e a filosofia, por exemplo, perderam sua presença e sua voz no espaço escolar. A história foi destituída radicalmente de seu sentido crítico e humano, tudo isso em função dos "novos tempos", à luz dos quais o que importava era "obedecer" e "aprender a fazer com eficiência" e não pensar e sentir como seres humanos que somos. Hoje assistimos o retorno da Filosofia e Sociologia aos espaços escolares e a uma grande renovação das propostas de ensino da História. Mas o que a realidade tem mostrado de forma categórica é que esse longo período de hibernação enfraqueceu muito a concepção educativa centrada num currículo que valoriza a formação humana. O tecnicism

O Romantismo na literatura (Final do século XVIII ao Final do século XIX)

Rogério Ferreira do Nascimento Origens O movimento Romântico teve suas origens na Alemanha com as obras de Johan Wolfgang Goeth (1774) e destaque na Inglaterra com Walter Scott (1819). Todavia, o maior centro divulgador do romantismo europeu foi a França pós-revolução (1789). Algumas características O Romantismo literário surgiu como um movimento contrário à literatura fabricada pelo Classicismo (Século XVII e parte do século XVIII). Rompendo com uma arte "previsível" e de "encomenda" o artista romântico buscava atingir um público maior do que aquele visado pelo artista do Classicismo, a nobreza. Desejando criar uma nova linguagem o artista romântico apelava tanto à imaginação quanto aos sentimentos. Entregava-se completamente à emoção, à liberdade das formas, à valorização do particular e do individual (bem ao gosto burguês). Voltava-se também à tradição cristã (em oposição ao paganismo do Classicismo) e idealizava o amor e a figura da mulher de forma bem subjetiva

A necessidade da paz

Rogério Ferreira do Nascimento A palavra paz (do latin pace) tem sua origem em pactum ausência de conflito, ou fim de uma determinada demanda. Embora tenha um sentido passivo em relação ao termo guerra, que denota muito mais ação e vigor, ela pressupõe acima de tudo acordo, aceitação de determinados limites. Talvez sejam esses limites que tanto as autoridades israelenses quanto o braço armado do Hizbollah (a milícia Resistência Islâmica) não entendam. Cada um por seu turno vendo-se e não vendo o outro promove o conflito e a matança generalizada. Cada um de per si promove a violência em nome do direito de auto-defesa. Aliás, essa foi o própria fala de Bush recentemente ao se referir aos ataques israelenses no Líbano. O meu direito e a minha liberdade se impõem ao outro. Vence o mais forte, ou perdem aqueles que não se encontram em nenhum dos dois lados? O imperativo da paz surge em defesa das vítimas e dos oprimidos de ambos os lados. O cessar fogo mútuo sinaliza com a possibilidade de

Ética nas empresas

Rogério Ferreira do Nascimento Professor de Ética do Curso de Administração da Faculdade Metodista Granbery É possível falar em ética no mundo empresarial? Parece que muita gente desconfia dessa "boa intenção" das empresas. Encara tudo como uma boa jogada de marking e mais uma forma inteligente de ganhar dinheiro. Mas, mesmo assim, a ética ainda que na forma teórica e retórica, começa a ganhar espaço no mundo dos negócios. E paulatinamente vai conquistando algum terreno na arena prática, no agir e no fazer coditiano de algumas organizações. A grande crítica que se faz a esse "avanço" da ética nas organizações, é que ele se manifestaria mais como uma "deontologia" do que como uma ética concreta. Atuaria mais como uma forma de estabilização responsável das ações entre os vários parceiros do mundo dos negócios, uma norma para o cumprimento dos contratos. Mas é bom ficarmos atentos, porque essa preocupação com o presente, ainda que marcadamente "contratua

Resiliência

Resiliência: um conceito em alta Heloísa Helvécia Free-lance para a Folha de S.Paulo Texto publicado na folha on line em 27/04/2004 - 03h00 Junto com o esporte e a guerra, a física tem contribuído com as teorias de "management" —ciência inexata e louca por metáforas. O que é conceito antigo numa área de conhecimento vira "última palavra" em outro. Na física, sinergia é o fenômeno que acontece quando a interação de duas causas provoca um efeito maior que a soma do efeito das duas em separado. A palavra, do grego "synergía", significa cooperação. Na empresa, é uma ação coordenada entre vários órgãos, departamentos, pessoas. "É quando uma equipe de alta performance, formada por talentos diferentes e complementares, consegue um resultado maior que a soma aritmética dos trabalhos individuais. É quando dois mais dois dá 4 milhões", exemplifica Carlos Alberto Júlio, da HSM. Mas o termo do momento aplicado à gestão é "resiliência". Outro concei