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Mostrando postagens de 2009

FUNDAMENTALISMO: O delírio dos amedrontados (Anotações socio-teológicas sobre uma atitude religiosa)

Por: Zwinglio M. Dias ““... os homens insistem com maior veemência sobre suas certezas quando sua segurança a respeito delas foi abalada. A ortodoxia exacerbada é um método para ocultar a dúvida.” (Reinhold Niebuhr) Introdução A presente reflexão tem por escopo apresentar algumas considerações a respeito de uma atitude religiosa, oriunda e vigente, há cerca de um século, no amplo espectro do Protestantismo que, nas últimas décadas, extrapolou, semanticamente, esta fronteira teológica, para identificar comportamentos semelhantes também no espaço da eclesialidade católico-romana e ortodoxa, assim como em outros universos religiosos como o Islamismo, o Judaísmo, o Hinduismo e o Sikhismo. Mas esta dimensão institucional-religiosa está longe de esgotar o conjunto de proposições que caracterizam a mentalidade fundamentalista. Como destacam Pace/Stefani: “A idéia de defesa e de afirmação da verdade absoluta, contida num livro sagrado, alimenta a visão apocalíptica do combate final entr

Brasil é o maior país pentecostal

LEANDRO BEGUOCI da Folha de S.Paulo 29/01/2007 O Brasil é hoje o maior país pentecostal do mundo. Levantamento de um instituto americano indica que o país reúne 24 milhões de seguidores de igrejas como a Universal do Reino de Deus, a Assembléia de Deus e a Renascer em Cristo. Os dados constam de relatório do World Christian Database, base de dados elaborada pelo Seminário de Teologia Gordon-Conwell, um dos quatro maiores dos EUA, sem ligação com nenhuma vertente cristã. O levantamento é feito no mundo inteiro a partir de consultadas às igrejas cristãs checadas com trabalho de pesquisa de campo, um processo caro. Os dados de 2006 indicam que os pentecostais brasileiros superam por larga margem os 5,8 milhões de pentecostais dos EUA, onde essa vertente do protestantismo surgiu no começo do século 20 em reação à presumida falta de fervor evangélico entre os metodistas. No Brasil, a grande maioria dos evangélicos é pentecostal. Eles acreditam nos dons do Espírito Santo, no exorcismo e e

Dia o Índio

Neste domingo (19), foi comemorado o Dia do Índio. Segundo pesquisadores, a data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas porque foi escolhido o 19 de abril? Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”. No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que

A importância da diversidade

Texto clássico traz lição enunciada por Lévi-Strauss que está na ordem do dia: a impossibilidade de hierarquizar a diversidade Por Alexsander Lemos de Almeida Gebara O texto “Raça e história” de Claude Lévi-Strauss, publicado em 1952, foi escrito sob encomenda da United Nations Educational Scientific and Cultural Organization (Unesco) como parte de uma coleção intitulada La question raciale devant la science moderne. Não é difícil compreender algumas das razões que pautaram a encomenda. A Segunda Guerra Mundial havia recentemente marcado a história como um dos acontecimentos mais trágicos, violentos e devastadores de todos os tempos e, a despeito de suas razões políticas, parte de seu motor ideológico funcionava com um combustível bastante inflamável, o racismo. Entretanto, a Segunda Grande Guerra não foi o único e nem o último dos processos geopolíticos excludentes e opressores que derivam da idéia de uma suposta hierarquia racial. Basta, como exemplo, apontar o controle colonial qu

Neandertal falava como homem moderno

Um grupo de geneticistas e antropólogos europeus e americanos concluiu a primeira parte do sequenciamento do genoma do homem de Neandertal , o ancestral mais próximo do humano moderno, e não encontrou indícios de que tenha havido cruzamento entre as duas espécies. Ainda assim, os cientistas descobriram que nossos ancestrais podem ter sido capazes de falar assim como o homem moderno. O sequenciamento completo do genoma de Neandertal é importante para esclarecer o processo evolutivo deste primata, desaparecido há aproximadamente 30.000 anos, e também do humano moderno. Os trabalhos devem também possibilitar a identificação das mudanças genéticas que permitiram aos primeiros humanos deixar a África para se espalhar rapidamente pelo resto do mundo, um processo que começou há cerca de 100.000 anos. Antropólogos e geneticistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da empresa 454 Life Sciences, uma filial do grupo suíço Roche com sede nos EUA, sequenciaram mais de um bilhão de fragmentos d