Um grupo de geneticistas e antropólogos europeus e americanos concluiu a primeira parte do sequenciamento do genoma do homem de Neandertal, o ancestral mais próximo do humano moderno, e não encontrou indícios de que tenha havido cruzamento entre as duas espécies. Ainda assim, os cientistas descobriram que nossos ancestrais podem ter sido capazes de falar assim como o homem moderno.
O sequenciamento completo do genoma de Neandertal é importante para esclarecer o processo evolutivo deste primata, desaparecido há aproximadamente 30.000 anos, e também do humano moderno. Os trabalhos devem também possibilitar a identificação das mudanças genéticas que permitiram aos primeiros humanos deixar a África para se espalhar rapidamente pelo resto do mundo, um processo que começou há cerca de 100.000 anos.
Antropólogos e geneticistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, e da empresa 454 Life Sciences, uma filial do grupo suíço Roche com sede nos EUA, sequenciaram mais de um bilhão de fragmentos de DNA, extraídos de três fósseis de Neandertal encontrados na Croácia. Para isto, eles utilizaram novas técnicas, elaboradas especialmente para o projeto, coordenado pelo professor Svante Pääbo, diretor do departamento de antropologia genética do Max Planck.
Os dois grupos de pesquisadores sequenciaram, no total, mais de três bilhões de pares de base do DNA do Neandertal, o que lhes possibilitou decifrar mais de 60% do genoma do primata. Estas sequências podem ser comparadas aos genomas já sequenciados do humano e do chimpanzé, o que deve dar uma ideia da forma como o genoma do Neandertal se diferencia do dos homens de hoje.
Os trabalhos foram apresentados nesta quinta-feira, ao mesmo tempo, na Alemanha e em Chicago, no primeiro dia da conferência anual da Associação Americana para a Promoção da Ciência (AAAS).
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12 de fevereiro de 2009
Outros links:
Instituto Max-Planck de Antropologia Evolucionária
Neanderthal - Wikipedia