Pular para o conteúdo principal

O universo é uma imensa escuridão



Leonardo Boff


Quando lemos grandes cosmólogos e astrofísicos como Stephan Hawking, S. Weinberg, M. Rees e B. Swimme entre outros constatamos que estão sempre às voltas com três grandes questões: quais eram as condições iniciais do universo que permitiram que ele chegasse até aqui? Há vida em outros planetas? É possível uma "Teoria do Tudo" que explique numa fórmula simples tudo o que existe e assim captar a mente de Deus? Nestes campos até agora pouco se tem avançado. Num ponto porém chegou-se a conclusões que para uma visão global e filosófica das coisas possui grande relevância: quais seriam as condições iniciais que deram origem ao universo? Um conselho: evite de fazer aos cientistas a seguinte pergunta para não vê-los irritados: quem colocou aquele pontozinho infinitamente pequeno e quem o fez explodir? É que eles se dão conta dos limites de seu saber científico, o que de certa forma os convida a calar.

A famosa sonda WMAP ( Wilkinson Microwave Anisotropy Probe) lançada em 2001 e que escaneou todo o universo visível permitiu a seguinte constatação: apenas 4% do universo é visivel e por isso cognoscível. 96% é de uma escuridão de breu e invisível. Destes 96%, 23% é matéria escura cuja gravidade teria a função de impedir que as galáxias escapem uma das outras e 73% é de energia escura que aceleraria a expansão do universo. Sabe-se ainda que nos primeiríssimos momentos após a grande explosão ocorreu um choque formidável de matéria e anti-matéria. Elas quase se aniquilaram restando apenas uma pequeníssima sobra de prótons na ordem de 1,000.000.001 da qual se originou o atual universo. Originalmente havia 75% de hidrigênio e 25% de hélio; o resto se formou dentro das grandes estrelas vermelhas. O astrofísico Steven Weinberg calculou o que teria ocorrido nos três primeiro minutos (seu livro Os três primeiros minutos, a origem do universo ) e suas consequências até os dias atuais. Ai afirma ele: "Se fosse rala demais, a massa ter-se-ia expandido excessivamente e não haveria condensação suficiente para formar as estrelas e assim permitir a vida. Se fosse densa demais, o universo se retrairia em sucessivas explosões e os corpos não poderiam surgir".

Se as energias nucleares fossem fracas demais, não teriam ocasionado a formação dos elementos pesados como o carbono, o oxigênio e outros, necessários para a formação da vida. O universo seria composto apenas de hidrogênio.

Se estas energias fossem fortes demais haveria apenas átomos pesados e nenhum hidrogênio a alimentar as estrelas.

Se a força gravitacional fosse um pouco mais forte, as estrelas teriam consumido rapidamente sua energia nuclear interna, teriam tido uma vida mais curta, não teriam formado dentro delas os elementos pesados e a vida seria impossível.

Que concluimos destas constatações? Que o universo combinou refinadissimamente todos estes fatores para que pudesse surgir vida e seres inteligentes. Caso contráriio não estaríamos aqui para falar disso tudo. Por mais que muitos cientistas se considerem agnósticos e queiram evitar alguma teleologia (algum fim, algum propósito) não podem escapar desta logica das coisas. O universo instintivamente pareceria intuir que iríamos surgir e nos preparou as condições e nos deu este esplendoroso berço que é a Terra.

Mesmo sem introduzir logo Deus, como não se maravilhar e se encher de gratidão por esse sutil caminho andado?

Postagens mais visitadas deste blog

Senado pode decidir este ano se ensino fundamental público será em tempo integral

Fonte: odiariodaregiao.com O poder público poderá ser obrigado a oferecer ensino fundamental em tempo integral. Pronta para ser votada em Plenário, essa proposta ( PEC 94/03 ) muda dois artigos da Constituição e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para que a mudança ocorra de forma gradual. Autor do texto, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) o defende com o argumento de que as medidas sociais mais eficientes contra a criminalidade são a distribuição de renda e a educação. Ele considera urgente instalar-se no país a escola em tempo integral, providência que, em sua opinião, reúne "todas as qualidades das melhores iniciativas contra o analfabetismo, a miséria, a violência e a chaga do milênio, as drogas". Tramitando há nove anos no Senado, a proposta passou duas vezes pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Casa. Ali, foi reconhecido que a criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos

Dia o Índio

Neste domingo (19), foi comemorado o Dia do Índio. Segundo pesquisadores, a data comemorativa foi criada em 1943 pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto lei número 5.540. Mas porque foi escolhido o 19 de abril? Para entendermos a data, devemos voltar para 1940. Neste ano, foi realizado no México o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Além de contar com a participação de diversas autoridades governamentais dos países da América, vários líderes indígenas deste continente foram convidados para participarem das reuniões e decisões. Porém, os índios não compareceram nos primeiros dias do evento, pois estavam preocupados e temerosos. Este comportamento era compreensível, pois os índios há séculos estavam sendo perseguidos, agredidos e dizimados pelos “homens brancos”. No entanto, após algumas reuniões e reflexões, diversos líderes indígenas resolveram participar, após entenderem a importância daquele momento histórico. Esta participação ocorreu no dia 19 de abril, que

Brasil está atrasado no acesso à banda larga

Comunicado do Ipea n° 46 traz situação atual e mostra que apenas redução dos impostos não é suficiente para a universalização do serviço. Quando se trata de acesso á banda larga, o Brasil está muito aquém dos países desenvolvidos e mesmo de países como México e Turquia. Apenas 12 milhões de domicílios (21% da população brasileira) têm banda larga. O acesso é praticamente inexistente no Amapá e Roraima. Se continuar assim, o País ficará ainda mais distante do grupo de economias avançadas. Essa é uma das conclusões do Comunicado do Ipea n° 46 Análise e recomendações para as políticas públicas de massificação de acesso à internet em banda larga, divulgado na segunda-feira, 26. O estudo feito pela Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura (Diset), alerta que a União Internacional das Telecomunicações (UIT), órgão da ONU para o setor, classificou o Brasil em 60° lugar em 2009, enquanto a Argentina situou-se em 49º, a Rússia em 48º e a Grécia