Exame avalia conhecimentos de leitura, matemática e ciências.
Piores resultados são de alunos de escolas públicas estaduais e municipais.
Fernanda Nogueira e Vanessa Fajardo
Do G1, em São Paulo - 07/12/2010 08h00
Do G1, em São Paulo - 07/12/2010 08h00
Apesar de registrar melhora na educação, o Brasil segue entre os piores colocados em ranking internacional de ensino, divulgado nesta terça-feira (7). O país ficou com a 53ª colocação entre 65 países no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Feito com estudantes nascidos em 1993 matriculados em qualquer série a partir da 7ª série (8º ano) do ensino fundamental, o ranking é divulgado a cada três anos. Em 2009, avaliou 470 mil estudantes. Desse total, 20 mil eram brasileiros.
O Pisa avalia conhecimentos de leitura, matemática e ciências dos adolescentes. O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), é quem aplica a prova no Brasil.
Com a média geral de 401 pontos, o Brasil ficou atrás de países como Bulgária, Romênia e os latino-americanos México, Chile e Uruguai. Fica à frente apenas da Colômbia, Kazaquistão, Argentina, Tunísia, Azerbaijão, Indonésia, Albânia, Catar, Panamá, Peru e Quirguistão.
O país ficou bem abaixo da média da OCDE, de 496 pontos. Os cinco melhores colocados são China (Xangai), com 577 pontos, Hong Kong, com 546, Finlândia e Cingapura, com 543, e Coréia do Sul, com 541.
Em relação às provas anteriores, o Brasil melhorou. O país teve média geral de 368 pontos em 2000, 383 em 2003 e 384 em 2006 e está entre os três que mais evoluíram desde 2000, atrás apenas de Luxemburgo e Chile. A melhora ocorreu também nas áreas de conhecimento avaliadas.
A melhor pontuação em 2009 foi de leitura, com 412 pontos, seguida por ciências, com 405 e matemática, com 386. Na área de leitura, que teve ênfase em 2009 na avaliação, o Brasil mostrou melhora de 19 pontos de 2006 para 2009, após cair dez pontos de 2003 para 2006.
De forma geral, segundo o ranking, as meninas tiveram desempenho melhor do que os meninos, com 403 pontos, contra 399. E o forte das alunas é a leitura.
A disparidade entre as dependências administrativas do país é grande. Estudantes de escolas federais tiveram as melhores médias, 528 pontos, que colocaria o Brasil entre os oito países melhor colocados. A nota das escolas particulares é de 502 pontos, entre os 20 melhores países. Já as públicas estaduais e municipais têm média comparada a dos sete piores países, 387 pontos.
"Deveria haver mais organização e deveriam exigir mais da gente, como acontece nas escolas particulares, com mais conteúdo, porque às vezes a gente fica com muita folga", afirma a estudante Maria Gabriela.
Avaliação
O Pisa avalia conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos para uma participação efetiva na sociedade. A avaliação em leitura busca saber qual é a compreensão, o uso e a reflexão dos estudantes sobre textos escritos para alcançar objetivos. Já na matemática a intenção é medir a capacidade de atender suas necessidades no mundo para, por exemplo, expressar ideias bem fundamentadas.
A principal finalidade do programa é produzir indicadores dos sistemas educacionais. São avaliados alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
As avaliações acontecem a cada três anos, com ênfases distintas em três áreas: leitura, matemática e ciências. Em cada edição, o foco recai principalmente sobre uma dessas áreas. Em 2009, a ênfase é leitura, como em 2000. Em 2003, a área principal foi a matemática e em 2006, a avaliação teve ênfase em ciências.
Aplicado por amostra, em 2009, o Pisa foi aplicado em 950 escolas a 20.127 alunos. Em 2006, foram 630 escolas e 9.345 alunos.
Desempenho do aluno brasileiro conforme a esfera administrativa da escola
Feito com estudantes nascidos em 1993 matriculados em qualquer série a partir da 7ª série (8º ano) do ensino fundamental, o ranking é divulgado a cada três anos. Em 2009, avaliou 470 mil estudantes. Desse total, 20 mil eram brasileiros.
O Pisa avalia conhecimentos de leitura, matemática e ciências dos adolescentes. O Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC), é quem aplica a prova no Brasil.
O país ficou bem abaixo da média da OCDE, de 496 pontos. Os cinco melhores colocados são China (Xangai), com 577 pontos, Hong Kong, com 546, Finlândia e Cingapura, com 543, e Coréia do Sul, com 541.
Em relação às provas anteriores, o Brasil melhorou. O país teve média geral de 368 pontos em 2000, 383 em 2003 e 384 em 2006 e está entre os três que mais evoluíram desde 2000, atrás apenas de Luxemburgo e Chile. A melhora ocorreu também nas áreas de conhecimento avaliadas.
A melhor pontuação em 2009 foi de leitura, com 412 pontos, seguida por ciências, com 405 e matemática, com 386. Na área de leitura, que teve ênfase em 2009 na avaliação, o Brasil mostrou melhora de 19 pontos de 2006 para 2009, após cair dez pontos de 2003 para 2006.
De forma geral, segundo o ranking, as meninas tiveram desempenho melhor do que os meninos, com 403 pontos, contra 399. E o forte das alunas é a leitura.
Ano | Média geral | Leitura | Matemática | Ciências |
2009 | 401 | 412 | 386 | 405 |
2006 | 384 | 393 | 370 | 390 |
2003 | 383 | 403 | 356 | 390 |
2000 | 368 | 396 | 334 | 375 |
A disparidade entre as dependências administrativas do país é grande. Estudantes de escolas federais tiveram as melhores médias, 528 pontos, que colocaria o Brasil entre os oito países melhor colocados. A nota das escolas particulares é de 502 pontos, entre os 20 melhores países. Já as públicas estaduais e municipais têm média comparada a dos sete piores países, 387 pontos.
"Deveria haver mais organização e deveriam exigir mais da gente, como acontece nas escolas particulares, com mais conteúdo, porque às vezes a gente fica com muita folga", afirma a estudante Maria Gabriela.
Avaliação
O Pisa avalia conhecimentos e habilidades que capacitam os alunos para uma participação efetiva na sociedade. A avaliação em leitura busca saber qual é a compreensão, o uso e a reflexão dos estudantes sobre textos escritos para alcançar objetivos. Já na matemática a intenção é medir a capacidade de atender suas necessidades no mundo para, por exemplo, expressar ideias bem fundamentadas.
A principal finalidade do programa é produzir indicadores dos sistemas educacionais. São avaliados alunos na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolaridade básica obrigatória na maioria dos países.
As avaliações acontecem a cada três anos, com ênfases distintas em três áreas: leitura, matemática e ciências. Em cada edição, o foco recai principalmente sobre uma dessas áreas. Em 2009, a ênfase é leitura, como em 2000. Em 2003, a área principal foi a matemática e em 2006, a avaliação teve ênfase em ciências.
Aplicado por amostra, em 2009, o Pisa foi aplicado em 950 escolas a 20.127 alunos. Em 2006, foram 630 escolas e 9.345 alunos.
Desempenho do aluno brasileiro conforme a esfera administrativa da escola
Leitura | Matemática | Ciências | |||||||||
Pública federal | 535 | 521 | 528 | ||||||||
Privada | 516 | 486 | 505 | ||||||||
Pública não federal | 398 | 372 | 392 |
Desempenho dos Estados
Estado | Média geral | Leitura | Matemática | Ciências |
---|---|---|---|---|
Distrito Federal | 439 | 449,4 | 424,8 | 442,6 |
Santa Catarina | 428 | 438,1 | 411,9 | 434,8 |
Rio Grande do Sul | 424 | 433,1 | 410 | 428,5 |
Minas Gerais | 422 | 430,6 | 407,5 | 428,6 |
Paraná | 417 | 423,2 | 405 | 423,5 |
Espírito Santo | 414 | 423,6 | 397,3 | 421,3 |
São Paulo | 409 | 424,4 | 390,4 | 411,6 |
Rio de Janeiro | 408 | 419,8 | 392,9 | 411,5 |
Mato Grosso do Sul | 404 | 413,8 | 389,5 | 408,7 |
Goiás | 402 | 412,3 | 385 | 409 |
Rondônia | 392 | 398,7 | 379,1 | 397,7 |
Mato Grosso | 389 | 398,5 | 378,8 | 390,6 |
Paraíba | 385 | 390 | 376,3 | 388,5 |
Bahia | 382 | 391,5 | 368,7 | 384,3 |
Tocantins | 382 | 390,7 | 363,4 | 392,2 |
Pernambuco | 381 | 389 | 368,3 | 384,4 |
Amapá | 378 | 390,4 | 365,3 | 378,2 |
Ceará | 376 | 381,4 | 361,2 | 385 |
Pará | 376 | 383,4 | 362,8 | 381,8 |
Roraima | 376 | 383,6 | 358,8 | 384,6 |
Piauí | 374 | 377,7 | 364,2 | 380 |
Sergipe | 372 | 379,3 | 358,8 | 378,5 |
Acre | 371 | 383,2 | 350 | 379 |
Amazonas | 371 | 386,6 | 353,2 | 373 |
Rio Grande do Norte | 371 | 383,5 | 360,2 | 369,4 |
Maranhão | 355 | 363 | 341,1 | 362,3 |
Alagoas | 354 | 362,6 | 347,6 | 352,7 |
Brasil | 401 | 412 | 386 | 405 |
CONFIRA AQUI TODOS OS NÚMEROS DO PISA | |||||||||
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