Rogério Ferreira do Nascimento
A palavra paz (do latin pace) tem sua origem em pactum ausência de conflito, ou fim de uma determinada demanda. Embora tenha um sentido passivo em relação ao termo guerra, que denota muito mais ação e vigor, ela pressupõe acima de tudo acordo, aceitação de determinados limites. Talvez sejam esses limites que tanto as autoridades israelenses quanto o braço armado do Hizbollah (a milícia Resistência Islâmica) não entendam.
Cada um por seu turno vendo-se e não vendo o outro promove o conflito e a matança generalizada. Cada um de per si promove a violência em nome do direito de auto-defesa. Aliás, essa foi o própria fala de Bush recentemente ao se referir aos ataques israelenses no Líbano. O meu direito e a minha liberdade se impõem ao outro. Vence o mais forte, ou perdem aqueles que não se encontram em nenhum dos dois lados?
O imperativo da paz surge em defesa das vítimas e dos oprimidos de ambos os lados. O cessar fogo mútuo sinaliza com a possibilidade de se ver o outro, de se sentir a dor do outro, minimizando e aplacando a ira e o ódio existentes nos dois lados. Ao contrário de Heráclito que dizia que a guerra tudo cria, percebemos, mais um vez, nesse conflito e em tantos outros, que ela tudo destrói. Que vença a lucidez, que venha a PAZ!
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