Rogério Ferreira do Nascimento
A trajédia da racionalização e especialização dos agentes é que os burocratas, sejam de esquerda ou de direita, excluíram definitivamente o povo das grandes decisões da vida política. Os partidos políticos estes entes que querem o poder e o que ele pode oferecer aos seus anseios, não enxergam as necessidades do povo, nem os imperativos da vida na pólis. Daí também, o seu descrédito no Brasil e em toda América Latina na atualidade. Não formam opinião, mas procuram se guiar por ela. Não buscam o bem comum, mas o " construção de "repúblicas" ou "reinos" particulares e dessa orientação aparecem as mais loucas tragecomédias que são vistas repetidas vezes no cotidiano dos meios de comunicação.
Existe saída? Como pensar o público numa sociedade que funciona a partir do privado? Como pensar o nós onde existe a "república", "reino" do eu? É difícil, mas espera-se que essa articulação não seja uma missão impossível. A ética com "É" maiúsculo pode se tornar uma fonte de possibilidades se produzir um duro questionamento dessa situação fazendo ao mesmo tempo novas sugestões para a reformulação das estratégias de vida, pois o problema do Brasil ao que tudo indica não é apenas o da "corrupção dos políticos" mas, também, "a corrupção da sociedade dos indivíduos" onde o "bem comum" tem sido sistematicamente substituído pelo "bem particular".
Enquanto os gregos antigos subordinavam as éticas particulares à grande ética coletiva, a Política, Ética e Política andavam de mãos dadas, pois o "bem comum" era a grande meta a ser alcançada e preservada. Com o avanço do individualismo na história ocidental esse "Bem Comum" foi progressivamente se afastando da dimensão da vida social e política.
Primeiro ele foi transferido para a esfera espiritual. O pensamento cristão oficial afirmaria essa tese. O "bem comum" deixaria de estar ligado a essa vida, pois a vida eterna, era mais importante do que a terrena. Segundo, com o avanço da secularização (desacralização da vida) e afirmação de novos valores mundanos esse "bem comum" passou a ser visto como realidade possível apenas na esfera da vida particular (idéia burguesa). Seria o indivíduo o único sujeito capaz de produzir a sua felicidade. À política cabería o "tímido" papel de refrear o mal manifesto dentro da sociedade.
A modernidade consagraria radicalmente esse desencontro entre a Política e a Ética. Foi com Maquiavel que a lógica política passou a ser a lógica da conquista e manutenção do poder: "os fins justificam. os meios". Mas, e o "bem comum"? Seria abandonado pela política que não mais se preocuparia em controlar as "éticas particulares" mas em construir vários "desejos, reinos e repúblicas particulares".
Numa sociedade onde a felicidade parece acontecer na maioria das vezes no espaço particular, surge a grande e inquietadora pergunta: para que serve ainda a política? Alguém poderia dizer, para muito pouco. Ora, como se esse deslocamento da Ética da dimensão pública não bastasse para gerar essa situação de apatia e desilusão, a criação do Estado Moderno faria surgir ainda, a figura do especialista. Aquele agente neutro, mas frio. Um burocrata que não pensa mais nas necessidades humanas mas na eficácia dos meios.
A modernidade consagraria radicalmente esse desencontro entre a Política e a Ética. Foi com Maquiavel que a lógica política passou a ser a lógica da conquista e manutenção do poder: "os fins justificam. os meios". Mas, e o "bem comum"? Seria abandonado pela política que não mais se preocuparia em controlar as "éticas particulares" mas em construir vários "desejos, reinos e repúblicas particulares".
Numa sociedade onde a felicidade parece acontecer na maioria das vezes no espaço particular, surge a grande e inquietadora pergunta: para que serve ainda a política? Alguém poderia dizer, para muito pouco. Ora, como se esse deslocamento da Ética da dimensão pública não bastasse para gerar essa situação de apatia e desilusão, a criação do Estado Moderno faria surgir ainda, a figura do especialista. Aquele agente neutro, mas frio. Um burocrata que não pensa mais nas necessidades humanas mas na eficácia dos meios.
A trajédia da racionalização e especialização dos agentes é que os burocratas, sejam de esquerda ou de direita, excluíram definitivamente o povo das grandes decisões da vida política. Os partidos políticos estes entes que querem o poder e o que ele pode oferecer aos seus anseios, não enxergam as necessidades do povo, nem os imperativos da vida na pólis. Daí também, o seu descrédito no Brasil e em toda América Latina na atualidade. Não formam opinião, mas procuram se guiar por ela. Não buscam o bem comum, mas o " construção de "repúblicas" ou "reinos" particulares e dessa orientação aparecem as mais loucas tragecomédias que são vistas repetidas vezes no cotidiano dos meios de comunicação.
Existe saída? Como pensar o público numa sociedade que funciona a partir do privado? Como pensar o nós onde existe a "república", "reino" do eu? É difícil, mas espera-se que essa articulação não seja uma missão impossível. A ética com "É" maiúsculo pode se tornar uma fonte de possibilidades se produzir um duro questionamento dessa situação fazendo ao mesmo tempo novas sugestões para a reformulação das estratégias de vida, pois o problema do Brasil ao que tudo indica não é apenas o da "corrupção dos políticos" mas, também, "a corrupção da sociedade dos indivíduos" onde o "bem comum" tem sido sistematicamente substituído pelo "bem particular".