O cultivo de OGM no mundo
Gráfico sobre a distribuição dos cultivos de OGM no mundo de 1997 a 2005. Foto:/AFP
As autoridades americanas anunciaram nesta segunda-feira (14 janeiro) que vão suspender temporariamente o procedimento iniciado junto à Organização Mundial de Comércio (OMC) contra a União Européia sobre os organismos geneticamente modificados (OGM).
Gráfico sobre a distribuição dos cultivos de OGM no mundo de 1997 a 2005. Foto:/AFP
Os organismos geneticamente modificados (OGM) são organismos manipulados geneticamente de modo a favorecer características desejadas pelo Homem. OGMs possuem alteração em trecho(s) do genoma realizadas através da tecnologia do DNA recombinante ou Engenharia genética. Transgênicos são organismos geneticamente modificados. Na maior parte das vezes que se fala em OGM, estes são organismos transgênicos.
OGM é, segundo o art. 3º, inciso V, da Lei Federal brasileira nº 11.105, de 24 de março de 2005, organismo cujo material genético (DNA/RNA) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética, excluídos desta classificação aqueles organismos "resultantes de técnicas que impliquem a introdução direta, num organismo, de material hereditário, desde que não envolvam a utilização de moléculas de DNA/RNA recombinante ou OGM, tais como: fecundação in vitro, conjugação, transdução, transformação, indução poliplóide e qualquer outro processo natural".
Questões que ficam pendentes sobre os OGMs segundo José Roberto Goldim :
na área da saúde:
toxicidade em grande populações e a dificuldade de execução de estudos de monitoramento;
alergenicidade, que não será resolvida pela simples rotulagem;
na área ecológica:
hibridação de espécies nativas com plantas transgênicas, repassando a característica para uma outra espécie, ao acaso. O principal risco envolvido é a transmissão de resistência a substâncias químicas, tipo herbicidas, podendo gerar nova pragas resistentes;
na área econômica:
dependência dos produtores, e por conseqüência, da própria sociedade, de um pequeno número de empresas que produzem sementes patenteadas, com replantio impedido por contrato ou por geração de pagamento de royalties.
na área da saúde:
toxicidade em grande populações e a dificuldade de execução de estudos de monitoramento;
alergenicidade, que não será resolvida pela simples rotulagem;
na área ecológica:
hibridação de espécies nativas com plantas transgênicas, repassando a característica para uma outra espécie, ao acaso. O principal risco envolvido é a transmissão de resistência a substâncias químicas, tipo herbicidas, podendo gerar nova pragas resistentes;
na área econômica:
dependência dos produtores, e por conseqüência, da própria sociedade, de um pequeno número de empresas que produzem sementes patenteadas, com replantio impedido por contrato ou por geração de pagamento de royalties.
Comentário
Está mais do que claro que a biotecnologia afeta as sociedades humanas de dupla forma. A primeira positivamente. Não se pode abrir mãos de pesquisa e portanto, do saber produzido pela ciência e sua potencialidade no sentido de operacionalizar novas conquistas e benefícios para a humanidade. Por outro lado, o capital continua a se beneficiar de muitas destas conquistas colocando em xeque o interesse das maiorias. Talvez o grande problema dos trangênicos, uma vez consolidada sua validade social e cultural, esteja na partilha desse conhecimento, na forma desse conhecimento estar a serviço dos produtores diretos e não do capital. É interessante o anúncio da Monsanto posto no Correio do Povo de 16/09/2003, sobre os royalties a serem cobrados dos produtores de soja trangência.