Renata Cafardo
14/08/2007
Todas as universidades brasileiras subiram de posição neste ano no ranking internacional de produção científica feito pelo Instituto de Altos Estudos da Universidade Xangai Jiao Tong, na China. O estudo é considerado atualmente um dos mais importantes do mundo na área acadêmica. A melhor posicionada no País é a da Universidade de São Paulo (USP), em 128º lugar, seis acima do que em 2006. Uma nova instituição brasileira, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), passou a fazer parte do ranking em 2007 e se juntou às outras quatro que já estavam no ano passado. O ranking aponta as 500 melhores instituições do mundo. A primeira delas é a Universidade Harvard, em Cambridge, nos Estados Unidos. Entre os critérios usados estão o número de prêmios Nobel - tanto de atuais alunos e professores quanto de formandos -, publicações dos pesquisadores da instituição em artigos de revistas científicas como Nature e Science e quantidade de vezes que os trabalhos são citados por outros profissionais pelo mundo.
Segundo o pró-reitor de pós-graduação da USP, Armando Corbanni, as seis posições ganhas pela instituição são muito significativas. “Estamos concorrendo com universidades centenárias e a USP tem pouco mais de 70 anos”, diz. A instituição, assim como no ano passado, é a melhor colocada também na América Latina. As universidades de Buenos Aires e Autônoma do México estão empatadas na 165ª posição. Acima da USP há, entre outras, uma grande parte de instituições americanas, inglesas, japonesas, alemãs e uma russa.
EXCELÊNCIA FORA DE SP
O ranking de Xangai referenda dados recentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC). Eles mostram que, em 30 anos, o número de trabalhos publicados por pesquisadores brasileiros aumentou de 0,3% para quase 2% de todo o conhecimento científico mundial. As seis primeiras colocadas no País, segundo a Capes, são semelhantes às citadas pelo estudo chinês. São elas USP, Unicamp, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Unesp, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e UFMG. Dessas, apenas a instituição gaúcha não aparece no ranking internacional de Xangai.
Dados da Capes também destacam a UFMG, que teve um crescimento de 258% na sua produção científica nos últimos dez anos - o maior entre as grandes universidades no período. De acordo com o reitor da UFMG, Ronaldo Tadêu Pena, a instituição tem valorizado políticas de verificação e avaliação de trabalhos dos docentes desde a década de 80. “É muito importante que a excelência atinja outros Estados para que o País todo possa avançar”, afirmou ele, sobre o fato de Minas Gerais e Rio fazerem também parte do ranking, junto com as três universidades estaduais paulistas. A UFMG aparece no 453º lugar. A Unesp foi a instituição brasileira que mais subiu no ranking, indo do 480º lugar para o 449º lugar neste ano. A UFRJ saltou da 348ª posição para a 338ª.
Entre as 20 melhores universidades do mundo estão 17 do continente americano, 2 da Europa e 1 da Ásia, a Universidade de Tóquio. Já as 100 melhores incluem 9 asiáticas, 34 européias e 58 das Américas (54 delas estão nos Estados Unidos). Os americanos só não têm uma das cinco melhores do mundo: a Universidade de Cambridge, que fica na Inglaterra (veja lista acima).
A LISTA DE XANGAI
1.ª: Universidade Harvard (EUA)
2.ª : Universidade Stanford (EUA)
3.ª: Universidade de Berkeley (EUA)
4.ª : Universidade de Cambridge (Reino Unido)