Educação superior ainda é um privilégio na América Latina, diz Unesco
A educação superior continua sendo um privilégio para poucos na América Latina e no Caribe, onde, apesar dos avanços dos últimos anos, apenas 32 por cento das pessoas chegam à universidade, segundo dados divulgados na quarta-feira pela Unesco (órgão da ONU para educação e cultura).
A educação superior continua sendo um privilégio para poucos na América Latina e no Caribe, onde, apesar dos avanços dos últimos anos, apenas 32 por cento das pessoas chegam à universidade, segundo dados divulgados na quarta-feira pela Unesco (órgão da ONU para educação e cultura).
Ana Lúcia Gazzola, diretora do Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e Caribe, disse que o acesso a cursos universitários na região está bem abaixo da média de 55 por cento dos países industrializados. Estima-se que mais de 559 milhões de pessoas vivam na América Latina e Caribe, o que significa que quase 179 milhões têm acesso à educação superior. "Se a média da região neste momento está em 32 por cento de cobertura, isso quer dizer que temos 68 por cento de exclusão. Não quer dizer que todos os que não estão têm de estar, mas quer dizer que não temos como lhes oferecer caso queiram", disse Gazzola. "Vê-se que os benefícios advindos da educação superior em nossa região são ainda hoje, lamentavelmente, um privilégio de um percentual muito baixo de jovens", disse ela em entrevista coletiva. A diretora acrescentou que o atual nível do ensino superior na região é insuficiente para gerar um alto nível de desenvolvimento, e que ainda restam 37 milhões de analfabetos na América Latina e Caribe.
Gazzola disse que paradoxalmente países como México e Brasil, que têm o maior nível de acesso ao ensino superior, são também os que registram maiores taxas de analfabetismo. "O desafio é enorme, há muita falta de oportunidade, setores grandes estão marginalizados do processo de educação superior e dos benefícios à vida individual que [a universidade] pode oferecer." A representante da Unesco disse que pedagogia, administração de empresas e algumas ciências sociais aplicadas são as carreiras profissionais para as quais há maior demanda. (O Globo)
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